quarta-feira, 27 de setembro de 2017

BILLY JOEL NO SHOW DE PAUL McCARTNEY

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Ontem, terça-feira (26), Paul McCartney se apresentou na cidade de Uniondale, no estado de Nova York, nos Estados Unidos, e contou com a participação muito especial do músico Billy Joel. Nos momentos finais do show, já na parte do bis, McCartney surpreendeu os fãs presentes ao chamar o amigo ao palco para cantar dois clássicos dos Beatles, “Get Back” e “Birthday”. Enquanto Macca ficou no baixo, Joel mostrou suas habilidades no ‘magic piano’ de seu colega. Esta não é a primeira vez em que os músicos colaboram em shows. Em 2008, quando Billy Joel fazia a última apresentação do marcante Shea Stadium, em Nova York, ele convidou Paul McCartney ao palco para tocar “I Saw Her Standing There” e “Let it Be”. No ano seguinte, McCartney contribuiu o favor, convidando Joel para uma participação na abertura do Citifield Stadium, que foi erguido no lugar do antigo Shea, também para cantar “I Saw Her Standing There”. Recentemente, outro grande artista que subiu ao palco de Paul McCartney foi Bruce Springsteen, para performar “I Saw Her Standing There”. Em outubro, Paul desembarcará no Brasil para quatro apresentações, em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. Confira aqui a s explosivas versões de Get Back e Birthday. Fantásticas!

A TRISTE HISTÓRIA DE RORY STORM, DOS HURRICANES

Um comentário:

Rory Storm foi a maior estrela do Rock de Liverpool entre 1961 e 1962. Foi o maior Showman que a cidade já viu. Rory Storm tinha quase 1,90m, era louro, e dono de uma energia impressionante!
Alan Ernest Caldwell nasceu em Liverpool em 7 de janeiro de 1938 e adotou o nome de Rory Storm em 1958. No mesmo ano, formou a banda The Raving Texas, que venceu um concurso de Skiffle e tornaram-se conhecidos em Liverpool. Com a explosão do Rock na Inglaterra, o grupo abandona o Skiffle, passando a ter em seu repertório os clássicos de Chuck Berry, Little Richard entre outros. Em 1959 adotam o nome de Rory Storm And The Hurricanes tornando-se a banda mais popular de Liverpool.
Apesar de ser o líder da banda e vocalista, durante as performances do grupo, Rory ficava fazendo várias loucuras no palco, escalando o equipamento, pendurando-se nos ventiladores e, as vezes sumia, reaparecendo entre o público. Rory era o dinâmico showman. Enquanto isso, quem segurava as pontas nos vocais era o baixista Lou Walters.
No final de 1959, Ringo Starr entrou para o grupo. Seu nome verdadeiro era Richard Starkey. A lenda diz que ele teria assumido o apelido "Ringo" devido ao grande número de anéis que usava "rings", por sugestão de Rory.Durante as apresentações, Ringo tinha a oportunidade de assumir os vocais em alguns números, entre eles: "Matchbox" e "Boys". No início dos anos 60, os Hurricanes fazem uma excursão a Hamburgo, na Alemanha. Neste período, conhecem os Beatles e os dois grupos se tornam grandes amigos. No início de 1960 os Hurricanes abriram um show de Gene Vincent no Liverpool Stadium, tendo assim atingido o posto de "banda mais popular" e "banda mais promissora" da região.Porém, esta superioridade iria acabar com o retorno dos Beatles de Hamburgo e uma longa temporada de sucesso no Cavern Club. Houve então um duelo de popularidade entre as duas bandas, incentivado pelo jornal de Bill Harry "The Mersey Beat". Ringo deixou a banda de Rory Storm no início de 1962 pra tocar na banda de Tony Sheridan, mas voltou ao Hurricanes no verão desse ano.Depois de substituir Pete Best em algumas apresentações e a véspera de gravarem seu primeiro single pela EMI, Ringo aceitou o convite para juntar-se aos BeatlesEra agosto de 1962 e após a saída de Ringo, vários outros bateristas passram pelos Hurricanes: Gibson Kemp, Keef Hartley, Ian Broad, Trevor Morais, e Jimmy Tushingham. Pete Best, ao ser despedido dos Beatles, depois de um período improdutivo, veio a substituir Ringo nos Hurricanes, antes de formar a Pete Best Combo. Rory Storm continuou sua carreira em Liverpool e arredores. Com o sucesso dos Beatles em toda Inglaterra, as bandas de Liverpool passarm a chamar a atenção. Em 1963 os Hurricanes assinarm contrato com o selo "Oriole" e lançam o single Dr. Feelgood/I Can Tell, sem muita repercussão. Brian Epstein conseguiu um contrato para o grupo de Rory gravar em Londres, pelo selo Parlophone. Gravaram então Ubangi Stomp/ I'll Be There e America/Since You Broke My Heart. Os singles venderam bem em Liverpool, mas não atingiram o sucesso esperado na Inglaterra. A banda optou por não ter um empresário e quando os grupos de Liverpool começaram a invadir Londres, os Hurricanes já estavam decadentes e ficaram de fora.Lou Walters, um dos mais importantes do grupo, abandonou os Hurricanes no final de 1964. Em seu lugar entrou Vince Earl. A banda continuaria por mais alguns anos a se apresentar em alguns clubes da Inglaterra.
Rory Storm & The Hurricanes tiveram seu fim definitivamente em 1967. Rory Storm foi disc-jóquei por dois anos. Em 27 de setembro de 1972, Storm desenvolveu uma infecção no tórax e não conseguiu dormir adequadamente, então se entupiu de pílulas para dormir. O corpo foi encontrado no dia 28. Estranhamente, o corpo da sua mãe (que morava com ele) foi encontrado no quarto dela no mesmo dia, nas mesmas condições. Especula-se que os dois  suicidaram-
se simultaneamente. E que haveria um estranho pacto entre eles. Aqui, a gente confere RORY STORM E SEUS HURRICANES mandando ver, ainda com Ringo!

JIMMY McCULLOCH - 1953 / 1979

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Jimmy McCulloch era o que se pode chamar de "guitarrista prodígio". Ele nasceu em 4 de junho de 1953. Era um músico galês e foi o guitarrista solo do Wings de Paul McCartney entre 1974 e 77. Antes disso ele tocou na banda psicodélica One in a Million, Thunderclap Newman e Stone the Crows, além de participações em álbuns como Whistle Rhymes, de John Entwistle em 72, onde tocou em duas faixas com Peter Frampton.

McCulloch era amigo do pessoal do The Who e sua banda, a Thunderclap Newman, foi criada e produzida por Pete Townshend e chegou a fazer sucesso com a música "Something in the Air". Em 1972, com 18 anos, James (Jimmy) McCulloch entrou para a banda de blues rock Stone the Crows, onde substituiu o guitarrista Les Harvey (eletrocutado no palco dia 2 de maio de 72) e tocou no álbum "Ontinuous Performance".
Com o fim dos Stones the Crows em 1973, McCulloch passou pela banda de Brian Joseph Friel com quem gravou o primeiro álbum com o pseudônimo "the Phantom", por questões contratuais. Depois, uniu-se ao Wings em abril de 1974 e a primeira música que gravou com a nova banda foi "Junior's Farm".
Em setembro de 1977 McCulloch foi despedido dos Wings por indisciplina para tocar com o Small Faces que havia se reformulado, mas não esquentou lugar e logo que saiu formou uma banda chamada Wild Horses com Brian Robertson, Jimmy Bain and Kenney Jones. A última banda de McCulloch foi The Dukes e a última canção gravada foi Heartbreaker, lançada no único álbum da banda.
McCulloch morreu em 27 de setembro de 1979, aos 26 anos, devido a uma overdose de heroína, em seu apartamento em Maida Valley, em West London. Anteriormente ele havia composto uma música anti-drogas chamada "Medicine Jar", lançada no álbum dos Wings "Venus and Mars" e também "Wino Junko" do álbum "Wings at the Speed of Sound". Jimmy foi um dos melhores guitarristas de sua geração.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

THE BEATLES - ABBEY ROAD - O CLÁSSICO COMPLETA 48 ANOS

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Menos de oito meses depois do lançamento de "Abbey Road", surgiu nas lojas "Let It Be", em 8 de maio de 1970. Havia se passado escassas semanas desde que fora assumido oficialmente que os Beatles tinham deixado de existir. Mas o álbum em que os quatro membros do grupo aparecem na fotografia da capa atravessando uma faixa de pedestres no bairro de Saint John’s Wood, no noroeste de Londres, foi o derradeiro que gravaram, com a data de edição no Reino Unido registada para a história como 26 de setembro de 1969, há 48 anos. "Abbey Road", o último disco dos Beatles, para milhares de fãs, sua melhor obra, foi o décimo segundo álbum na discografia oficial da banda. Mas, na altura, foi quase um milagre que os músicos tenham concordado em voltar a reunir-se em estúdio com o seu produtor de sempre, George Martin. Em 1969, o ambiente dentro da banda estava longe dos seus melhores dias e desde janeiro daquele só apareciam mais problemas. John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr ainda tentavam se recuperar das gravações e filmagens daquele que veio a ser o disco e o filme Let It Be. Na atmosfera fria e pouco acolhedora do estúdio Twickenham, as imagens captadas não esconderam, sequer, uma cena abrasiva entre McCartney e Harrison por causa de divergências sobre os arranjos de uma canção. Depois, os trabalhos foram transferidos para os estúdios da Apple, em Savile Row, no centro da capital britânica, no edifício da editora que os Beatles tinham lançado em 1968 e que, na época, era um sorvedouro de dinheiro. Divididos quanto à escolha do gestor capaz de colocar em ordem na casa, com Paul McCartney preferindo o advogado de negócios que era pai de Linda Eastman, sua mulher, e os outros três querendo Allen Klein, os Beatles afundavam-se em cansaço, atritos e vontade de prosseguirem, não mais juntos, em projetos solo. Sabiam que o fim estava próximo, mas jamais o reconheceram enquanto estiveram concentrados em gravar a última peça daquela que é, do ponto de vista de muitos músicos, produtores e críticos, a mais rica e influente discografia de sempre na história da música pop-rock. O fato é que, após o desastre que foram os esforços que mais tarde resultaram na edição de Let It Be, inicialmente programado para se chamar Get Back e em que o produtor Phil Spector decidiu acrescentar orquestrações que irritaram sobretudo McCartney, os Beatles decidiram voltar ao trabalho nos seus estúdios de quase sempre, a estrutura que a editora EMI detinha em Abbey RoadDepois das gravações de Let it be, e quando o próprio grupo achava que não se reuniria mais, George Martin ficou surpreso ao receber um telefonema de Paul McCartney para produzir mais um disco dos Beatles. Topou, com a condição que fosse como faziam antes. Ele não só produziu o melhor disco dos Beatles como o álbum que mais vendeu até hoje. Mas esses méritos, não exclusivos dele. O grande mérito final, é dos próprios Beatles.
Abbey Road foi lançado no dia 26 de setembro de 1969 no Reino Unido, e em 1 de outubro nos EUA. O nome foi em homenagem à famosa rua onde existe o famoso estúdio onde os famosos Beatles gravaram todos os seus famosos sucessos. O álbum foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records e, apesar de ser o canto de cisne da banda, os Beatles nunca tocaram tão bem, não cantaram tão bem e não se mostraram tão maduros como dessa derradeira vez. George Harrison surpreendeu a crítica como compositor, e que levaria adiante até o seu disco solo 'All Things Must Pass'. Paul McCartney foi o mentor musical do trabalho, tendo seu ápice no medley do lado B do disco. John Lennon, ausente em muitas sessões de gravação, ainda teve fôlego para dar ao grupo três de suas melhores canções: "Come Togeher", "I Want you ( She's So Heavy)" e "Because". Ringo teve seus momentos na ótima "Octopus's Garden" e fazendo o único solo de bateria em uma música dos BeatlesA icônica fotografia da capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto de 1969 por Iain Macmillan.

Na época do lançamento do disco, George fez uma análise, des­crevendo faixa por faixa:
'Something' "É uma música minha. Eu a escrevi quando nós estávamos terminando o último álbum, o branco. Mas nunca a termina­va. Nunca conseguia encontrar as palavras certas para ela. Joe Cocker fez uma gravação também, e há conversa de que será o próximo compacto dos Beatles. Quando a gravei, pensei em alguém como Ray Charles fa­zendo a música, pensando na sensação que ele deveria ter. Mas como não sou Ray Charles, sou muito limitado, nós fizemos o que podíamos. É um bom pensamento e, provavelmente, a melhor melodia que já escrevi."
'Maxwell's Silver Hammer' "É algo só de Paul, passamos um diabo de tempo gravando. É uma daquelas músicas que se assobia ins­tantaneamente, algumas pessoas vão odiar e outras vão amar. É como 'Honey Pie', um tipo de coisa divertida, mas provavelmente vai pegar, porque na estória o camarada mata todo mundo. Usamos meu sintetizador moog e eu acho que saiu com grande efeito."
'Oh! Darling' — "É outra música de Paul, típica dos anos 50/ 60, principalmente nos acordes. É uma música típica da época dos gru­pos Moonglows, Paragons, She/ls e tudo o mais. Nós fizemos alguns oh, oohs no vocal e Paul gritando."
'Octopus Garden'"É de Ringo, a segunda que escreveu. É linda. Ringo fica chateado só tocando bateria. Ele toca piano, em sua casa, mas só conhece três acordes. E ele sabe o mesmo na guitarra. Gosta principalmente de música country, tem um sentimento bem country. É realmente uma grande música. Superficialmente, é uma mú­sica boba e infantil, mas acho a letra muito significativa. Ringo escre­ve suas músicas cósmicas sem saber. Eu encontro significados profun­dos em suas letras e provavelmente ele nem sabe disso. Linhas como 'Resting our head on the seabed' (descansando nossa cabeça no leito do mar) e 'we'll be warm beneath the storm' (nós estaremos aquecidos debaixo da tempestade) fazem com que eu entenda que quando se che­ga dentro de nossa consciência, tudo é de muita paz."
'I Want You (She's so heavy)'"É uma música bem forte. Foi John quem tocou guitarra solo e cantava, isso é bom porque a frase- solo que ele toca é basicamente blues. Mas é uma música muito original do tipo Lennon, tem algo de espantoso no seu ritmo; ele sempre cruza algo, coisas diferentes no ritmo, por exemplo 'All You Need Is Love', da qual o tempo vai de 3-4 para 4-4, mudando o tempo todo. Quando você pergunta para ele sobre isso, ele não sabe como. Faz naturalmente. No instrumental inicial e nos intervalos, ele criou uma excelente seqüencia de acordes."
'Here Comes The Sun'"É a primeira faixa do lado 2. É a música que escreví para este álbum. Eu a fiz em um dia ensolarado no jardim de Eric Clapton. Nós tínhamos passado por muitos problemas nos negócios, e tudo era muito pesado. Estar no jardim de Eric Clap­ton era como fazer bagunça depois da escola. Eu senti um tipo de alí­vio e a música saiu naturalmente, é um pouco parecida com 'lf I Needed Someone', com aquele tipo de solo correndo por ela. Mas, realmente,' é muito simples."
'Because'"É uma das coisas mais bonitas que fizemos. Tem uma harmonia de três partes — John, Paul e eu. John escreveu a músi­ca, e o acompanhamento é um pouco parecido com Beethoven. As­semelha-se com o estilo de Paul escrever, mas só por causa de sua sua­vidade. Paul geralmente escreve coisas mais suaves e John é mais deli­rante, mais pirado. Mas, de tempos em tempos, John gosta de escre­ver uma música simples de 12 compassos. Acho que é a faixa de que mais gosto do álbum. É tão simples, especialmente a letra. A harmonia foi muito difícil de ser feita, tivemos que aprendê-la mesmo. Eu acho que vai ser a música que impressionará a maioria das pessoas. Os pira­dos vão entender e os caretas, pessoas sérias, e críticos, também. Depois vem a seleção de músicas de John e Paul, todas juntas. É difícil descre­vê-las sem que se ouça todas juntas. 'You Never Give Me Your Money' parece ser duas músicas, uma completamente diferente da outra. Em seguida vem 'Sun King' (Rei Sol) que John escreveu. Originalmente, ele a tinha chamado de 'Los Paranoias'."
'Mean Mister Mustard e Polytheme Pam' — "São duas músicas pequenas que John escreveu na India, há 18 meses."
'She Came In Through the Bathroom Window' "É uma mú­sica muito boa de Paul com uma boa letra."
'Golden Slumbers'"Ê outra música muito melódica de Paul que se encadeia."
'Carry The Weight' — "Fica entrando por todo o tempo (pot pourri)."
'The End' — "É o que é: uma pequena sequencia que finaliza tudo. Eu não consigo ter uma visão completa de 'Abbey Road'. Com 'Pepper', e até o álbum branco, eu tive uma imagem do começo ao fim do produto, mas nesse disco eu ainda estou perplexo. Acho que é um pouco parecido com 'Revolver', não sei direito. Não consigo realmente ainda vê-lo como uma entidade completa."

domingo, 24 de setembro de 2017

O INCRÍVEL SHOW DO THE WHO NO ROCK IN RIO – QUEM?

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Que o tal do “Rock In Rio” é uma merda puramente midiática e sem qualquer critério ou escrúpulo, para macaco ver, acho que ninguém, com mais de cinquenta anos pode duvidar. Mas não é isso o que importa. O que realmente importa é que, pouquíssimas grandes bandas de verdade (e não essa farofada como esses ridículos do Aerosmith ou uma aberração como Guns) ainda podem mostrar ao mundo, e principalmente para essa grande privada chamada Brasil, que gigantes ainda caminham (e muito firmes) pela terra. O velho The Who, com 53 anos de idade, mostrou ontem no Rio, depois de já ter mostrado em São Paulo a que veio, e por a + b, como é que se faz um verdadeiro show de rock and roll. O texto que a gente confere, é de SILVIO ESSINGER, de O Globo. Tem algumas bobagens, mas a gente perdoa.
Com suas trajetórias gloriosas, os Beatles e os Rolling Stones ocupam as páginas mais importantes do livro que conta como o rock virou um fundamento da cultura ocidental. Mas há uma terceira via tão importante quanto — e que, assim como o beatle sobrevivente Paul McCartney e os Stones, continua a convocar arenas para ver a reencenação da História: The Who. Penúltima atração de hoje no Palco Mundo do Rock in Rio, a banda de 53 anos pisou pela primeira vez na América do Sul. Quebrar instrumentos e amplificadores no palco, em sacrifício ritual? Feito. Catalogar os anseios e agruras de uma juventude pós-Guerra? Idem. Experimentar com sintetizadores? Sim. Compor discos temáticos, contando histórias complexas e dramáticas ao longo de uma coleção de canções — principalmente. O Who é a juventude e a idade adulta do rock, e grande responsável por aquela música tida como descartável ter se tornado uma forma de arte. Com sua formação clássica, que perdurou entre 1964 e 1978, esses ingleses gravaram discos que definiram sua época — “The Who sell out” (1967), “Who’s next” (1971) e as óperas-rock “Tommy” (1969) e “Quadrophenia” (1973) — e elevaram significativamente os padrões de execução para uma banda de rock. Quem presenciou a química explosiva de Roger Daltrey (vocais), Pete Townshend (guitarra), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria) nos palcos, capturada magistralmente no disco “Live at Leeds”, de 1970, nunca esqueceu. Moon morreu em 1978, Entwistle, em 2002, mas o Who seguiu, entre paradas e retomadas. O grupo que chega ao Rock in Rio — após um intenso e elogiado show anteontem, em São Paulo, no Allianz Park — conta com o núcleo duro da lenda. Townshend não é só o herói da guitarra, popularizador dos power chords que deram a base para o heavy metal e o punk — ele é o compositor da banda, o artista que bancou a ambição de “Tommy” e que buscou o futuro do rock nos sons dos sintetizadores (em canções de sucesso como “Baba O’Riley” e “Won’t get fooled again”). Daltrey, por sua vez, é uma voz maior do que o mundo, que amplificou a mensagem de canções como “My generation” (dos versos “espero morrer antes de ficar velho”), “Pinball wizard” e “See me, feel me”.  “Hoje encontro garotos de 16 anos que são mais velhos do que eu. Eu me sinto, como na música do Bob Dylan (“My back pages”), mais jovem hoje do que quando era jovem. Não tenho mais medo”, assegurou o vocalista do Who Roger Daltrey, que não aparenta, nem de longe, a idade que tem – 73 anos, em entrevista recente. “Eu era um jovem com medo, sofri bullying a vida toda, quase virei bandido, cresci em um bairro barra-pesada de Londres e virei músico para fugir da bandidagem. O palco me salvou. A violência que levei para o palco era a que estava nas ruas da minha vida”. Os tempos em que o Who era o representante da subcultura mod — londrina, de jovens que se vestiam com terninhos de cortes impecáveis, zanzavam com lambretas e se reuniam para tomar anfetaminas e dançar soul a noite toda — são lembrados logo no começo do show, com “I can’t explain”, primeiro single da banda, lançado em 1965. Mesmo que os corpos (Daltrey tem 73 anos; Townshend, 72) não ajudem mais, o Who não se furta a tentar reviver sua juventude — alquebrados pela idade, sobreviventes dos excessos, mas ainda com a chama acesa, que tem como combustível uma eficiente banda de apoio, na qual desponta o baterista Zak Starkey, filho do Beatle Ringo Starr.
“My generation”, “The kids are alright” e “I can see for miles” (de 1967, que antecipa um bocado do heavy metal) são outras das canções iniciais que o Who tem apresentado ao vivo e que atestam o gênio de Pete Townshend, uma referência intelectual da música, um visionário que tem tanto a dizer sobre a gênese do rock de arena quanto a reação, com uma volta ao básico, promovida pelo punk rock a partir de 1976. Permanentemente inquieto, ele publicou na quarta-feira, já em São Paulo, na sua página no Facebook, indicações de que o futuro ainda promete bastante. “Estou me preparando para tirar um ano sabático de todas as coisas que eu normalmente faço na minha carreira”, anunciou o guitarrista. “Tenho muitas dúvidas se vão me pagar o mesmo do que quando trabalho com The Who, mas isso é realmente necessário para mim. Preciso tão desesperadamente fazer algo novo e diferente — e ainda não tenho um plano para o que eu possa fazer. Surgirá, suponho. O problema óbvio para mim, trabalhando com The Who, é que estou constantemente tocando música que compus há muito tempo — a maior parte feita há mais de 35 anos. Tenho sorte de muitas maneiras, mas há um pequeno pedaço de mim que tem uma voz invulgarmente alta. Quando estou no palco, às vezes ela diz ‘Você foi tão brilhante, jovem Pete’. Nas outras vezes, diz ‘Quando vamos tocar algo difícil".
Infelizmente, ou ainda bem, não há vídeos disponíveis sobre o histórico show de ontem no Rio. Então, a gente fica mesmo com o que é velho e que era bom. Vamo lá, rapaziada!

THE BEATLES - DEAR PRUDENCE

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Prudence era Prudence Farrow (irmã mais nova da atriz americana Mia Farrow), que fez o mesmo curso que os Beatles na Índia. A música era um apelo para que ela saísse de seus períodos de meditação excessivamente longos e relaxasse com o resto do grupo. No final da versão demo de "Dear Prudence", John continua tocando violão e diz: "Ninguém tinha como saber que mais cedo ou mais tarde ela ficaria completamente desvairada sob os cuidados do Maharishi. Todas as pessoas em volta estavam muito preocupadas porque ela estava enlouquecendo. Então nós cantamos para ela". Depois, John explicaria que Prudence tinha ficado levemente "maluca", ela estava trancada em seu quarto meditando havia três semanas, "tentando chegar a Deus mais rápido do que qualquer um". Paul Horn, o flautista americano, diz que Prudence era uma pessoa extremamente sensível e que, ao mergulhar direto em profunda meditação, contrariando a orientação do Maharishi, tinha se permitido entrar em um estado catatônico. "Ela estava totalmente pálida e não reconhecia ninguém. Não reconheceu nem o próprio irmão, que estava no curso conosco. A única pessoa a quem ela demonstrou algum sinal de reconhecimento foi o Maharishi. Todos estavam muito preocupados, e o Maharishi designou uma enfermeira em tempo integral para ela."
Prudence, cujo alojamento ficava no mesmo prédio que os quatro Beatles e suas parceiras, nega que estivesse louca, mas concorda que era mais fanática por meditação que o resto do grupo. "Eu meditava desde 1966 e tinha tentado fazer o curso em 1967, então foi como a realização de um sonho para mim. Estar naquele curso era mais importante do que qualquer coisa no mundo. Eu estava muito empenhada em fazer o máximo de meditação possível, para que pudesse adquirir o máximo de experiência para dar aulas. Sei que deve ter parecido estranho por que eu sempre corria de volta para o quarto depois das palestras e refeições para meditar. Era tudo tão fascinante para mim. John, George e Paul queriam ficar tocando e se divertindo, e eu voava para o quarto. Eles eram muito sérios sobre o que estavam fazendo, mas não eram tão fanáticos quanto eu. A música que John escreveu só dizia 'venha brincar conosco. Saia e se divirta'", ela diz. Ela acabou aceitando o convite e conheceu bem os Beatles. O Maharishi a colocou no grupo de discussão depois das aulas com John e George. Ele achava que os dois seriam bons para ela. "Nós falamos sobre as coisas pelas quais estávamos passando. Estávamos questionando a realidade, fazendo perguntas sobre quem éramos e o que estava acontecendo. Eu gostei deles, e acho que eles gostaram de mim", ela conta. Apesar de a música ter sido escrita na Índia e de Prudence ter ouvido várias jam sessions com os Beatles, Mike Love e Donovan, John nunca tocou a música para ela. "Foi George que me falou da música", diz. "No fim do curso, quando estavam indo embora, ele comentou que tinham escrito uma música sobre mim, mas eu só ouvi quando ela foi lançada no álbum. Fiquei lisonjeada. Foi um gesto lindo."
Dear Prudence foi gravada no Trident Studios, em oito canais, nos dias 28 e 29 de agosto de 1968. Mais tarde, foi concluída no dia 13 de outubro, em Abbey Road. Ringo Starr não participou da canção, pois ele havia se aborrecido com Paul e com o clima das sessões de gravação deste álbum, tendo, por alguns dias, abandonado o trabalho com os seus companheiros. Paul McCartney, assumiu as baquetas durante o período em que Ringo esteve ausente (além desta música, ele gravou “Back in the U.S.S.R.”). Ringo retornou após um pedido de desculpas pela banda com flores espalhadas pela sua bateria, um presente especial de George Harrison. Prudence hoje é casada e vive na Flórida, onde dá aulas de meditação.

GEORGE HARRISON - IF YOU BELIEVE

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"If You Believe" é uma música de George Harrison de seu álbum de 1979, George Harrison. Harrison começou a escrever a música com Gary Wright no dia de Ano Novo de 1978 e terminou um mês depois, quando estava no Havaí. Encerrando o álbum de forma brilhante, "If You Believe", ensolarada e cheia de otimismo, aparece como sua última faixa. A letra é uma declaração sobre o poder da fé alcançar um resultado desejado. Harrison gravou "If You Believe" em seu estúdio em casa, FPSHOT, em Oxfordshire. A faixa inclui uma contribuição do sintetizador de Gary Wright e foi coproduzida por Harrison e Russ Titelman. O arranjo musical também apresenta múltiplas guitarras acústicas, um som de bateria pesada e cordas orquestrais. "If You Believe" foi considerada para ser lançada como single depois de "Love Comes to Everyone", mas o lançamento não aconteceu.

Não deixe de conferir também GEORGE HARRISON - GEORGE HARRISON 1979 – Imperdível, com texto da Ana Maria Baiana e ainda GARY WRIGTH - TWO FACED MAN - Sensacional!

O CORREIO ENTREVISTA PAUL McCARTNEY

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Em entrevista exclusiva, o ex-Beatle falou sobre o novo disco, a histórica apresentação no Maracanã em 1990 e a infância em Liverpool.
“Mande meu amor para a plateia de Salvador e diga que vamos ter uma grande noite”.
É assim, com a já conhecida gentileza que marca seu caráter, que Paul se despede da entrevista que concedeu com exclusividade ao CORREIO por telefone, de Nova York, poucas horas antes de se apresentar naquela noite.
Depois de décadas de espera, finalmente o ex-beatle vai se apresentar em Salvador, no dia 20 de outubro. O show na Arena Fonte Nova faz parte da turnê One on One, em que ele canta cerca de 40 canções que marcaram sua carreira solo, além de clássicos dos Beatles, como Let it Be e Hey Jude. Aos 75 anos de idade e depois de alcançar todas as marcas que qualquer artista poderia desejar, Paul diz o que ainda lhe motiva é a energia do público: “Acho que a plateia se cansa mais do que eu no show”, brinca o músico. Na conversa com o CORREIO, ele relembra a histórica apresentação que fez no Maracanã, em 1990, quando uma chuva que persistia por dias esvaiu-se milagrosamente uma hora antes de ele entrar no palco. E, num dos trechos mais emocionantes, ele fala sobre como foi crescer em Liverpool, uma cidade que havia sido bombardeada durante a II Guerra Mundial e, por isso, impunha uma série de restrições: “Qualquer prazer, por menor que fosse, era um luxo para nós, afinal não tínhamos quase nada”.
Sua primeira vinda ao Brasil foi em 1990, naquele show histórico no Maracanã, com mais de 180 mil pessoas. Que lembranças tem do show e dos dias que antecedaram a apresentação?
Aquele show foi ótimo e tenho uma lembrança muito especial. Mas me lembro também de estar indo para o Maracanã, que era muito famoso e imenso, e nós todos estávamos muito emocionados e chovia demais. A gente passou uma semana ensaiando e só chovia, chovia e chovia. Na entrevista coletiva, alguém me perguntou o que eu faria se chovesse durante o show e eu disse: ‘A chuva vai parar’. E a minha equipe me olhou dizendo: ‘Você está brincando?!’. Aí, uma hora antes de entrar no palco, a chuva parou e todos me reverenciaram como se eu tivesse um pacto secreto com alguma entidade. Foi tudo muito bem, felizmente. Mas a maior lembrança que fica é de um público maravilhoso que estava curtindo a música. Ah, e eu não vi, mas uma pessoa que trabalhava na minha equipe disse que estava dando uma volta na plateia e viu um casal fazendo amor. E isso ficou em minha memória.
Esta é sua primeira apresentação em Salvador, que há décadas esperava pelo seu show. O que os baianos podem esperar desta apresentação?
A verdade é que sempre que vamos à América do Sul, nossa expectativa é especial em relação à plateia, que ama música. Então, vamos ficar muito felizes e com certeza vamos ter uma grande noite. Será uma grande festa e a nossa expectativa é principalmente de nos divertirmos.
Você vai passar por quatro cidades brasileiras em apenas uma semana. Ainda assim, acha que terá tempo para aproveitar a vinda a Salvador como turista?
Normalmente, nós vamos àqueles lugares que dizem ser os mais interessantes, mas infelizmente nem sempre a gente tem tempo. Mas, se tivermos tempo, vamos sim viver a cidade como turistas.
Há exatos 50 anos, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band foi lançado e ainda hoje é apontado por muitos críticos como o maior álbum da história. E você, concorda com isso?
Sinceramente, não sei, porque depende do gosto de cada um. Mas esse foi um disco especial e revolucionário na época. E nós certamente nos divertimos criando aquele álbum porque liberamos a imaginação totalmente. A liberdade criativa que tivemos tornou aquele disco especial. Algumas pessoas talvez prefiram outros, mas é para mim um de meus álbuns especiais.
Muitos artistas brasileiras já gravaram canções suas e dos Beatles. E você conhece a música brasileira?
De uma maneira geral, o ritmo da música brasileira me interessa. E tenho alguns discos que ouço quando quero levantar o astral. A música brasileira me deixa feliz. Não me lembro agora quem é, mas tenho um CD de uns brasileiros que é um dos meus favoritos e eles são bem conhecidos aí.
Você nasceu em Liverpool, em 1942, durante a II Guerra Mundial. Como foi viver numa cidade que estava sob os escombros de um conflito bélico?
Nasci durante a Guerra, mas não me lembro do conflito exatamente. Minhas primeiras lembranças são mesmo de depois da Guerra e as condições eram realmente severas: havia racionamento e não tínhamos a comida de que precisávamos. Tudo era racionado. Às vezes, conseguíamos algo especial porque minha mãe era parteira e ela conseguia umas comidas especiais para a gente, para tornar os bebês mais saudáveis. E uma dessas coisas era um suco de laranja concentrado que nós amávamos, era exótico para nós. Mas qualquer prazer, por menor que fosse, era um luxo para nós, afinal não tínhamos quase nada. Mas eu tive uma infância muito feliz porque todos viviam mais ou menos do mesmo jeito e não havia diferença entre nós e as outras pessoas que eu conhecia. Todos nós vivíamos na mesma situação.
Ouça trecho da entrevista em inglês:E o que você e seus amigos faziam para se divertir num cidade destruída pela guerra?
Jogávamos futebol na rua, e se não tivesse uma bola, a gente chutava uma latinha mesmo. Ganhei uma bibicleta quando fiz 11 anos e saía andando com elea pela cidade. Eram prazeres simples, mas muito especiais. Mas aquilo foi bom de certa forma porque nos deixou sedentos pelo sucesso. Embora tudo que a gente queria na época era ter um carro, um violão e quem sabe, um dia, uma casa. Cada coisinha era muito especial.
Você recentemente realizou uma parceria com Kanye West e Rihanna na canção FourFiveSeconds. Gosta de trabalhar com artistas mais jovens?
Eu gosto de fazer algo diferente e neste caso, ele me pediu para trabalhar com ele e achei muito interessante. Gosto do trabalho dele, ele é talentoso e fiquei feliz de trabalhar com ele. Mas a questão não é trabalhar com artistas mais jovens, mas com pessoas interessantes e ele é, definitivamente, é interessante.
Você já está preparando mais um álbum solo? O que seus fãs podem esperar dele?Estou indo fazer um show no Barclays Center (no Brooklyn, em Nova York), hoje à tarde, mas, ainda assim, entre um show e outro, eu vou fazendo o novo disco. E é interessante porque há uma faixa especial para o Brasil, mas é tudo que posso te dizer agora. E acho que vocês vão gostar disso.
Os Beatles realizaram sua última apresentação ao vivo no Candlestick Park, em 1966, antes de pararem de realizar shows. Em 2014, o senhor retornou ali para se apresentar. Como foi retornar ao local?
O estádio estava para ser demolido e nós seríamos os últimos a tocar lá e achamos que seria uma ótima ideia retornar ali, para marcar o evento. Fizemos um show bacana. Nos convidaram e perguntaram se daríamos a honra de fazer o show que encerraria o estádio. Como o último show dos Beatles havia sido ali, ficamos muito felizes.
O senhor ainda mantém contato com Ringo Starr? Ainda se encontram com frequência e sobre o que costumam conversar?
Sim, nós nos vemos com certa regularidade. Ele vive em Los Angeles e quando eu vou lá, o vejo sim. Toquei baixo no disco mais recente dele (Give More Love) em algumas faixas. Eu frequento a casa dele e ele, a minha sim. Falamos sobre fatos recentes, que aconteceram no dia anterior e também falamos da nossa história, das boas lembranças que temos.
Aos 75 anos de idade, o senhor ainda se apresenta por quase três horas num show bem agitado. Além disso, já é artista há quase 60 anos e já conquistou tudo que um ser humano “normal” poderia desejar? Você nunca se cansou?
Na verdade, não fico cansado. Acho que o público se cansa mais do que eu. É surpreendete porque sempre achei que um dia ia ficar cansado ou entediado, mas o que eu faço é muito interessante. Mas o que é especial mesmo é o público. Gosto de tocar, de cantar e tenho uma banda ótima, de primeira qualidade. Então, curtimos tocar juntos. Mas o principal é aquilo que você recebe da plateia. Temos uma resposta ótima da plateia e é isso que me motiva a fazer mais. Então, em vez de me sentir cansado, eu me sinto ainda mais energizado por causa do público.

THE BEATLES - A HARD DAY'S NIGHT - THE SONG

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"A Hard Day's Night" abre com o acorde mais famoso do rock: uma rajada radiante de uma guitarra de 12 cordas, evocando o caos e a euforia da Beatlemania em seu auge. O tom ensolarado do acorde, a empolgação do desempenho dos Beatles e o suspiro de exaustão do título fazem de Os Reis do Iê-Iê-Iê, o filme ficcional, um documentário compacto sobre a ascensão meteórica dos Beatles. "Naquela época, os começos e encerramentos das músicas eram algo que eu tendia a organizar", disse George Martin. "Precisávamos de alguma coisa arrasadora, que fosse um 'chacoalhão' súbito na música. Ele acertou por acaso", contou o produtor. (Em uma entrevista em fevereiro de 2001, Harrison disse que o acorde era um "Fá com um Sol por cima, mas você vai ter de perguntar a Paul sobre a nota do baixo para saber a história toda". McCartney tocou um Ré em tom alto.
O título veio de uma brincadeira de Ringo. "Nós estávamos trabalhando dia e noite", ele relembrou. "E eu fiquei pensando que ainda era dia e disse: 'It's been a hard day' ['está sendo um dia duro']. Ao perceber que já estava escuro, [completei com]: '...'s night!' ['... noite!']". Quando Lennon contou a observação ao diretor Richard Lester, ela se tornou instantaneamente o título do filme. Tudo o que tiveram de fazer foi escrever uma música que o acompanhasse. "John e eu estávamos procurando por títulos", disse McCartney. "Uma vez que você tem um bom título, é meio caminho andado. Com A Hard Day s Night', você já tinha quase tudo". John compôs a música na noite anterior à gravação e o grupo a registrou em espantosas três horas.
O maior problema era o solo de Harrison: um take que apareceu em um disco não-oficial nos anos 80 mostra o guitarrista se atrapalhando com as cordas, perdendo o tempo e errando notas. Mas quando a sessão terminou, às 22h daquela mesma noite, Harrison havia esculpido um de seus mais memoráveis solos - um precioso dedilhado crescente tocado duas vezes e arrematado com um floreio circular, com o badalar de sino de igreja de sua guitarra ecoado no piano por Martin. "George passava muito tempo trabalhando nos solos", disse Geoff Emerick. "Tudo era um pouco mais difícil para ele, nada veio muito facilmente." Harrison também tocou o arrasador fade-out, um ressoante arpeggio de guitarra que foi inspirado por Martin. "Eu estava frisando a eles a importância de fazer a música se encaixar, não exatamente terminando, mas ficando suspensa de modo a conduzir para a atmosfera do próximo clima", explicou o produtor.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

THE BEATLES - BOYS - SENSACIONAL!

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"Boys" é uma música de Luther Dixon e Wes Farrell, originalmente gravada por The Shirelles e lançada como lado B de seu single "Will You Love Me Tomorrow" em novembro de 1960. Foi regravada pelos Beatles e incluída no seu primeiro álbum lançado no Reino Unido, Please Please Me, em março de 1963. A versão dos Beatles foi gravada nos estúdios da EMI em Abbey Road, no dia 11 de fevereiro de 1963, em uma única tomada. Foi o primeiro vocal de Ringo com os Beatles e a primeira vez que muitos fãs ouviram Ringo conduzindo o vocal principal. Esta versão tem muitas semelhanças com o sucesso de Ray Charles "What'd I Say", particularmente durante os versos do coro. Os Beatles não se preocuparam com possíveis caminhos homossexuais que acompanham o vocal de uma canção sobre meninos, cantada antes por meninas, embora alterem os pronomes de gênero empregados na versão das Shirelles ("Minha garota diz quando beijo seus lábios ..."). "Boys" sempre foi o número de Ringo nos Beatles durante os dias do Cavern Club. Uma versão ao vivo da música foi incluída no álbum The Beatles no Hollywood Bowl, lançado pela primeira vez em 1977. O fato é que, com os Beatles, "Boys" era fatal e exercia o efeito desejado com as garotas chamando a atenção para Ringo, no que ficou convencionado de ser chamado pelos outros de "Starr Time" (A Hora de Ringo), que logo deu lugar para "I Wanna Be Your Man".

IMAGEM DO DIA - THE BEATLES!

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ERIC CLAPTON - LIFE IN 12 BARS

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O documentário Life in 12 Bars, que conta a vida de Eric Clapton, estreou no Toronto International Film Festival, no Canadá, no dia 11 de setembro de 2017. A aguardada produção, também irá ao ar no canal de TV a cabo norte-americano Showtime, em fevereiro de 2018. Dirigido por Lili Fini Zanuck (“Conduzindo Miss Daisy”), o longa mostra a ascensão do músico, desde o início da carreira ao lado do Bluesbrakers até atingir o status de “Deus da Guitarra”. Além disso, relata detalhes inéditos sobre a vida de Clapton fora dos palcos, com base num extenso arquivo pessoal de vídeos raros, fotos, cartas e diários pessoais cedidos pelo próprio artista. A equipe do documentário conta ainda com nomes como o produtor John Battsek (“Procurando Sugar Man”) e o editor Chris King (“Amy”). Apesar de abordar os problemas vividos pelo cantor como os vícios em drogas e álcool e a perda do filho, Lili Zanuck afirma que “A música de Clapton é a base do filme. O compromisso dele com as origens e tradições do blues sempre foi absoluto, desde o início da carreira”. Clapton, que também é coprodutor do documentário, falou sobre a dificuldade de responder às entrevistas, de ter que rever lembranças, mas que no final o trabalho serviu como reflexão para examinar suas falhas ao longo dos 72 anos de vida. A prévia se inicia com um depoimento da lenda do blues B.B. King, amigo e parceiro no álbum “Riding with the King” (2000), seguindo para vídeos e imagens inéditas do arquivo pessoal de Clapton – desde a infância, passando pela banda Cream até a carreira solo. “Me assistir passando por aquilo não foi fácil”, declarou o músico em entrevista após a exibição do documentário no Festival Internacional de Cinema deToronto. “Até o momento em que parei de beber, tudo que eu disse era completa bobagem”; acrescentou. O doc reúne vídeos caseiros, partes de grandes shows com Jimi Hendrix, George Harrison e B.B. King e entrevistas com integrantes das ex-bandas de Clapton Yardbirds e Cream, de Pattie Boyd, sua ex-esposa e até da avó do guitarrista. Eric Clapton já havia passado por uma experiência similar à do filme quando lançou sua autobiografia, em 2007. No livro, ele descreve detalhes da sua vida como seu envolvimento com as drogas por 20 anos e conta que, na década de 1970, chegou a gastar US$ 16 mil em heroína. Fala ainda sobre a morte de Conor, aos 4 anos, seu filho com a modelo da Itália Lori Del Santo, e que este momento de dor foi também o impulso para a sobriedade. Para ele, Clapton compôs a música ‘Tears in Heaven’. “É, com certeza, uma volta vitoriosa e melancólica, cheia de nostalgia, e musicalmente potente”, declarou Zanuck em entrevista à Reuters. “Apesar do fato de que a trajetória dele foi cheia de tragédias, vício e perdas, ele sempre conseguiu se recuperar e servir àquilo que mais ama: a música.”

GEORGE HARRISON - EXTRA TEXTURE

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Extra Texture (Read All About It) é o sexto álbum de estúdio de George Harrison, lançado em 22 de setembro de 1975. Foi o último álbum de Harrison sob seu contrato com a Apple Records e a EMI, e o último álbum de estúdio emitido pela Apple. O lançamento ocorreu nove meses após a turbulenta turnê norte-americana de 1974 com Ravi Shankar e o mal recebido álbum Dark Horse. O humor melancólico da gravação reflete o estado de depressão de Harrison gerado pela crítica a esses projetos. GEORGE HARRISON - EXTRA TEXTURE - 1975

CARL PERKINS AND FRIENDS - A ROCKABILLY SESSION

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"Carl Perkins & Friends - Blue Suede Shoes: A Rockabilly Session" foi um concerto realizado pelo grande Carl Perkins em 9 de setembro de 1985 em Londres, no Limehouse Studios e que contou além da banda de Perkins, com um supertime de fazer inveja a qualquer um. A constelação de conividados especiais contou com amigos - fãs e admiridadores - do mestre tais como George Harrison, Ringo Starr, Eric Clapton , Dave Edmunds (que também foi o diretor musical do show) e Rosanne Cash (filha de Johnny Cash). A maioria do repertório executado no show consistiu em canções clássicas de Perkins - puro rockabilly dos anos 1950. O concerto especial foi ao ar originalmente pelo canal Cinemax em 1986, com comentários introdutórios de Johnny Cash, Roy Orbison e Jerry Lee Lewis. O concerto é um destaque memorável tanto da carreira de Perkins como de todos que fizeram suas participações especiais, inclusive George Harrison.A SUPERBANDA: Carl Perkins (guitarra e vocais), George Harrison (guitarra e vocal), Ringo Starr (bateria e vocal), Eric Clapton (guitarra, vocais), Dave Edmunds (guitarra, vocais), Greg Perkins (baixo), Lee Rocker (contrabaixo), Slim Jim Phantom (bateria), Earl Slick (guitarrista), David Charles (bateria), John David (baixo), Mickey Gee (guitarra), Geraint Watkins (piano) e Rosanne Cash (vocal). Mas o que é mais legal mesmo, é que aqui, a gente confere o show inteiro.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

REVISTA 'ROLLING STONE' É COLOCADA À VENDA

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Símbolo da cultura pop, publicação de 50 anos enfrenta dificuldades após crise de credibilidade e novo cenário digital.
A icônica revista de crítica musical e cultura pop, Rolling Stone, vai mudar de mãos. A editora responsável por sua publicação anunciou no final de semana que colocou à venda sua participação no controle da revista, que completou 50 anos em 2017. A decisão vem em meio ao cenário cada vez mais incerto das publicações impressas, disse o fundador da revista, Jan Wenner. Ainda estudante, Wenner criou a revista em São Francisco, em 1967, ao lado do crítico de música Ralph Gleason. Hoje, ele controla a publicação ao lado de seu filho, Gus. Isso porque a revista permaneceu sob o controle de sua empresa, a Wenner Media, desde então. Apesar disso, o criador justifica a medida, alegando que o futuro parece desafiador para uma editora familiar. “Há um nível de ambição que não conseguimos alcançar sozinhos” disse Gus Wenner. “Estamos sendo proativos e queremos nos adiantar à curva”. Além de ser uma das mais influentes revistas do cenário musical, a Rolling Stone conta também com um forte jornalismo político, e fez história com suas capas, que durante muitos anos foram o símbolo máximo do sucesso e relevância. Desde Jim Morrison, do "The Doors", passando por Madonna e Lady Gaga, até presidentes, atores e até mesmo Papas. A revista também criou uma geração de críticos de música bem conhecidos como Lester Bangs e escritores sociais e políticos como Tom Wolfe, Hunter S Thompson e PJ O'Rourke. Mas a reputação da revista — e suas finanças — sofreram um golpe depois da publicação de uma história falsa, em 2014, sobre um suposto estupro no campus da Universidade da Virgínia. A revista teve que se retratar, dizendo que não realizou procedimentos jornalísticos básicos de verificação de fatos. No entanto, a empresa disse que a Rolling Stone ainda atinge 60 milhões de leitores por mês, e que sua pegada de mídia digital e social está crescendo rapidamente. "Nós demos grandes passos para transformar a Rolling Stone em uma empresa multiplataforma, e estamos entusiasmados em encontrar o lar certo para construir nossa base sólida", disse em comunicado Gus. Essa não é a primeira baixa da empresa. Ainda este ano, a família Wenner vendeu outros dois títulos — a revista de celebridades US Weekly e revista sobre estilo de vida masculino Men's Journal — para a American Media, uma editora de tablóides, como o National Enquirer.No ano passado, a empresa vendeu uma participação de 49% da própria Rolling Stone para a startup de criação de música e tecnologia de Cingapura, BandLab Technologies. Ainda não se sabe se a empresa já está em negociações com potenciais compradores.