terça-feira, 28 de julho de 2015

PAUL McCARTNEY - CHOBA B CCCP


Assim como John Lennon fez em seu ábum “Rock’n’Roll”, de 1975, Paul McCartney também tinha um antigo projeto de gravar um álbum com velhos sucessos que marcaram sua juventude. Conhecido como o ‘álbum russo’, “CHOBA B CCCP” (“Back In The USSR”) é um álbum de covers dos primórdios do rock. Gravado em dois dias, Paul passa por canções de seus ídolos Little Richard, Elvis, Fats Domino e outros, em versões corretas, sem grandes destaques nem decepções. Lançado exclusivamente na antiga União Soviética em 1988, “CHOBA B CCCP” foi o primeiro disco de um artista ocidental a sair em um país comunista, liderando as paradas de lá, e sendo lançado no resto do mundo apenas em 1991.

Depois do álbum de estúdio Press to Play, em 1986, McCartney passou a maior parte do primeiro semestre de 1987, planejando o seu próximo álbum. Em julho, ele teve o desejo de voltar às suas raízes, cantando alguns de seus hits favoritos dos anos 1950 e ao longo de dois dias, com outros três músicos. Gravaram dezesseis canções, treze das quais foram escolhidas para o eventual lançamento do álbum na União Soviética no ano seguinte. Assim, "Снова в СССР", que nada mais é que "Back in the USSR" em russo, ganhou a luz do dia. A pronúncia do título é SNOVA V ESS-ESS-ESS-ER. 22 músicas foram gravadas originalmente, mas apenas 11 foram colocadas no álbum. Uma segunda prensagem Soviética, lançada em dezembro de 1988, aumentou o total para 13 músicas incluindo "I'm Gonna Be a Wheel Someday" e "Summertime". O lançamento do CD 1991 em todo o mundo continha 14 faixas, incluindo "I'm in Love Again", como uma faixa bônus. Mais duas faixas foram lançadas, no lançamento oficial: "I Wanna Cry", "This One". Seis canções das sessões permanecem inéditas: "I Saw Her Standing There"(dos Beatles), "Take This Hammer" (Lonnie Donegan) "Cut Across Shorty" (Eddie Cochran), "Poor Boy" (Elvis Presley), " Lend Me Your Comb "(Carl Perkins), e "No Other Baby" (The Vipers). Esta última seria regravada por McCartney em 1999 para “Run Devil Run”. O álbum inclui o encarte todo em russo, a partir do texto original por Roy Carr da New Musical Express. A capa foi desenhada por Michael Ross e mostra uma fotografia de Paul em uma estrela vermelha, símbolo da URSS. Essa foto foi tirada por Linda McCartney em 1971.

Снова в СССР, foi como um presente para os fãs soviéticos que, em geral, não conseguiram obter suas gravações legítimas, muitas vezes tendo de se contentar com cópias; para eles houve uma mudança, ter um álbum que as pessoas de outros países não seriam capazes de obter. Assim, o álbum de Paul McCartney nunca foi vendido fora da URSS. Após o colapso da União Soviética, Снова в СССР recebeu um lançamento mundial, em 1991, atingindo #63 no Reino Unido e #109 Nos EUA.

Mas McCartney voltaria às raízes do rock com mais propriedade uma década depois com o excelente “Run Devil Run”, muito mais pesado, mais rápido e muito mais comerciável. Mas, para o início da década de 1990, esse álbum tem seu charme e importância fundamental. Qual é a sua nota? A minha é oito. Nota oito!

7 comentários:

Pedro RBC disse...

Oi Edu
A minha nota é 10. Gosto até mais do que o Run Devil Run, que de fato tem mais peso, e uma banda melhor.
Mas é que prefiro o repertório do Choba.

Gostaria de ouvir as "excluídas". Você tem as versões?

Saudações
Pedro

Fábio Simão disse...

Paul, como sempre, sendo pioneiro. Genial a atitude dele.

Edu disse...

Tenho não, Pedro. Também queria ouvir "I Saw Her Standing". Quem tiver, ou souber, a casa agradece!

João Carlos disse...

Curiosamente não gosto muito do som desse disco. Falta alguma coisa.

Valdir Junior disse...

Minha Nota para esse é Oito !!
Eu tambem sou louco para ouvir as musicas que ficaram de fora, tanto do " Choba B CCCP " quanto do " Run Devil Run". Mas acho que nem os pirateiros tem essas

Marcio Pereira disse...

Tenho esse disco em vinil original. Capa e contra-capa escrita em russo. O som é espetacular. Banda e McCartney arrebentam a boca do balão.

Eduardo Aranha disse...

Muito bom este post! O meu aplauso. Sempre tive um carinho especial por este álbum de McCartney porque ele expressava com a sua voz algumas das músicas que eu já nem lembrava. Ouvir essas músicas a partir de uma voz que eu já conhecia foi no mínimo incrível.