quinta-feira, 7 de novembro de 2013

THE ROLLING STONES - MISS AMANDA JONES - SENSACIONAL!


O início da vida de Amanda Lear é cercado de mistério. Ela nasceu entre 1939 e 1946, mais provavelmente em Hong Kong, embora Provença e Saigon também sejam possíveis. Mas o enigma mais persistente é se Amanda veio ao mundo como homem, assunto que ela sempre se recusa a abordar. Quando perguntada durante uma entrevista na televisão se ela havia nascido homem, ela respondeu: "Não, nasci bebé".

Diz a história que seu nome original é Alain Tapp; ela surgiu nos cabarés de Paris entre 1958 e 1959 como uma dançarina de nome Peki d'Oslo em um espetáculo de travestis. Por volta dessa época, ela começou a tomar hormônios para se preparar para uma cirurgia de mudança de sexo que ocorreu em Casablanca, Marrocos, em 1963. Essa cirurgia pode ou não ter sido paga pelo pintor surrealista espanhol Salvador Dali.

Em 1964, ela estava em Londres estudando arte no St. Martin's College. Conta-se que ela pagou a um estudante chamado Lear "50 libras para se casar com ela para que pudesse conseguir a cidadania britânica". Voltando a Paris no ano seguinte, Amanda reencontrou Dali, tornando-se companhia constante do pintor e de sua esposa Gala, pelas duas décadas seguintes. Depois de ser "descoberta" nas ruas de Paris em 1965, ela embarcou em uma carreira de dez anos como modelo.

Em Londres, Lear namorava o herdeira da fortuna Guinness e amigo das estrelas Tara Browne, a inspiração para a música dos Beatles "A Day in the Life". Ela era vista com frequência curtindo a vida na alta sociedade com o Rolling Stone Brian Jones, que ela conheceu por intermédio de Marianne Faithfull, namorada de Mick Jagger. Amanda Lear era uma das muitas mulheres romanticamente ligadas a Brian Jones, embora ele estivesse em um tempestuoso relacionamento com Anita Pallenberg na época.

Quando "Miss Amanda Jones", composta por Mick Jagger e Keith Richards, foi gravada em agosto de 1966, Brian Jones estava se tornando uma figura distante na banda que ele havia formado. Ele acabou deixando os Stones em 1969, e morreu afogado na piscina de sua casa pouco tempo depois. A sarcástica letra de Jagger é ambígua; suas referências a "família", "nobreza" e "linhagem da qual legitimamente se orgulhava" poderiam se aplicar tanto a uma debutante quanto a Amanda Lear e seu passado obscuro. Combinando os nomes de Jones e Lear, a música brinca não apenas com rumores de sua transexualidade, mas também com o visual andrógino de Brian. Lear insiste que ela e Salvador Dali inventaram o boato de sua transexualidade para lançar sua carreira musical na década de 1970. "Tudo o que Dali dizia eu simplesmente escutava. Ele era o génio, e quem era eu? Na hora de lançar minha carreira, ele me disse que eu cantava mal e que, se eu quisesse vender discos, tinha de achar algo além da música para atrair as pessoas. Então transformamos a persona Amanda Lear em algo muito intrigante e ambíguo, e funcionou".

Em 1973, Lear teve um breve envolvimento com Bryan Ferry, do Roxy Music, e, naquele mesmo ano, apareceu na capa do segundo álbum da banda, For Your Pleasure. A fotografia que a mostrava segurando uma pantera negra na coleira enquanto posava em um vestido de couro justíssimo deu a Lear bastante exposição. Ela logo tirou proveito disso, aparecendo na performance ao vivo de "Sorrow", sucesso de 1973 de David Bowie, na produção The 1980 Floor Show. A performance foi ao ar nos Estados Unidos pela NBC para a série de TV Midnight Special em novembro de 1973, e a aparição de Lear costuma ser citada como o lançamento oficial de sua carreira na música. (Dizem também que ela teve um caso com Bowie.)

Lear, que se tornaria a "queridinha da galera da discoteca" começou a gravar seus discos em 1975. Ela alcançou enorme popularidade na Europa como cantora, tornando-se um ícone da música disco gay antes de abandonar a música por algum tempo e ficar conhecida nos lares italianos como apresentadora de TV. Trabalhou por quatro anos como apresentadora no Canale 5 italiano e no canal francês La Cinq, mas também continuou a desenvolver sua maior paixão: a pintura. A partir de meados da década de 1980, ela passou a expor nas principais galerias de todo o mundo.

Lear entrou para a aristocracia francesa em 1979, casando-se com Alain-Philippe Malagnac d'Argens de Villèle. A cerimônia aconteceu em Las Vegas apenas três semanas depois de o casal se conhecer na discoteca da moda Le Palace, o equivalente de Paris ao Studio 54. Um retorno musical em 1987 foi interrompido quando Lear foi seriamente ferida em um acidente de automóvel e teve que passar meses convalescendo. Ainda no hospital, ela começou a trabalhar em um romance, Ulmmortelle. Em 2000, o marido de Lear morreu em um incêndio em sua casa; depois do luto, ela voltou ao trabalho com força total. Em julho de 2006, Lear recebeu o título de Cavaleira das Artes e das Letras pela Ordre National des Arts et des Lettres, das mãos do ministro da Cultura francês, em reconhecimento por sua "significativa contribuição para o enriquecimento da herança da cultura francesa". De forma controversa, o nome que aparecia na lista de honra era "Mme. Amanda Tapp, dita Amanda Lear" - a primeira vez que as autoridades francesas confirmavam em público o nome de nascimento de Lear, algo que ela mesma havia, até então, negado.

OS ROLLING STONES incluíram "Miss Amanda Jones" no álbum Between the Buttons; lançado em 1967, chegou ao Top 3 no Reino Unido e nos EUA. "Let's Spend the Night Together" foi o single de maior sucesso do LP no Reino Unido, chegando ao 3° lugar, mas "Ruby Tuesday" foi incluída na versão norte-americana do álbum e chegou ao topo das paradas. Their Satanic Majesties Request foi lançado no final do ano e teve o mesmo sucesso, alcançando o 3° lugar nas paradas do Reino Unido e o 2° nos EUA, embora fosse considerado o primo pobre do álbum Sgt. Pepper's, dos Beatles. Dois anos mais tarde, os Stones dariam um passo à frente com seu trabalho de 1969, Let It Bleed. Esse seria o primeiro de uma série de LPs a chegar ao topo das paradas nos dois os lados do Atlântico.

 
Confira nesse link, a postagem “THE ROLLING STONES - BETWEEN THE BUTTONS”, publicada aqui em 18 de janeiro de 2011: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/01/rolling-stones-between-buttons.html E nesse, a postagem sobre Tara Browne, publicada em 27 de julho de 2010: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2010/07/tara-browne-um-dia-na-vida.html

3 comentários:

Valdir Junior disse...

Uauuuu !!!
Adorei o post Edu !!!
Não sabia nada nada sobre a "musa" dessa musica dos Stones !!!
Valeu !!!!!

João Carlos disse...

Sensacional Sensacional...e mais não digo! Esta história daria o que falar na no SS. Creio!

Unknown disse...

Tambem adorei o post Edu,nao sabia dessa história.