terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

THE BEATLES - PENNY LANE - SENSACIONAL


Penny Lane é uma rua de Liverpool, mas é também o nome dado à área que cerca seu cruzamento com a Smithdown Road. Nenhum dos lugares mencionados em "Penny Lane" existe de fato. Qualquer um que não tenha crescido nessa região de Liverpool pode considerá-la, como o músico e crítico de arte George Melly disse certa vez, "um tedioso centro comercial típico dos subúrbios ingleses". mas para Paul e John, que haviam passado a infância lá, representava um tempo em suas vidas em que todos pareciam ser amigáveis e o sol brilhava sem parar em um céu claro e azul. A vida dentro da bolha da fama dourou um pouco mais as memórias dos dois. Como John observou em "She Said, She Said", "When i was a boy, everything was right".
John incorporara Penny Lane a um antigo esboço de "In My Life", mas foi Paul quem fez tudo dar certo. Ele criou uma cena de rua em Liverpool que poderia ter sido tirada de um álbum de fotos de infância, com uma bela babá, um barbeiro feliz, um banqueiro excêntrico, um bombeiro patriota e alguns passantes simpáticos. "Parte é fato. E parte, nostalgia", ele admitiu. De primeira, parece que se trata de uma cena de verão ("blue suburban skies"), mas depois a chuva é mencionada, assim como alguém vendendo papoulas (flor usada como adereço nas festas de 11 de novembro, data em que, em muitos países, se relembra o fim da primeira guerra mundial). O fato é que a música é como uma série de fotos, não necessariamente tiradas no mesmo dia.

Havia uma barbearia em Penny Lane, tocada pelo senhor Bioletti, que afirmava ter cortado o cabelo dos Beatles quando crianças. Havia dois bancos (Barclays e Lloyds), um posto de bombeiros na Allerton Road, e no meio da rotatória, um abrigo. Alguns personagens, como o bombeiro com um retrato da rainha no bolso, eram licenças poéticas de Paul. Ele conta: "Eu escrevi que o barbeiro tinha fotos de todas as cabeças que tivera o prazer de conhecer. Na verdade ele tinha apenas fotos de diferentes cortes de cabelo. Mas todas as pessoas que iam e vinham de fato paravam e diziam 'olá'.

"Finger pie" era uma gíria sexual de Liverpool incluída na canção para divertir um pouco os locais. "Era só uma piadinha para o pessoal de Liverpool que gostava um pouco de sacanagem", diz Paul. "Durante muitos meses após o lançamento do disco garçonetes tiveram de aguentar pedidos de "fish and finger pie".

O poeta de Liverpool Roger McGough, que fazia parte de um grupo de música e humor com Mike, irmão de Paul, acredita que "Penny Lane" era significativa porque, pela primeira vez, marcos britânicos, e não americanos, estavam sendo celebrados no rock"n"roll. "Os Beatles estavam começando a escrever canções sobre nossa casa", diz McGough. "Eles começaram a usar elementos como a sonoridade de nossa fala de rua e canções antigas que nossos pais ouviam nos tempos do teatro de variedades. Liverpool não tinha mitologia até que eles criaram."

Hoje, por causa da música, Penny Lane é uma atração turística de Liverpool, o que acabou modificando a área. As placas originais da rua foram roubadas anos atrás e suas substitutas tiveram de ser pregadas nos muros. A barbearia se tornou um salão unissex com uma foto dos Beatles na vitrine. O abrigo na rotatória foi renovado e abriu como bistrô Sgt. Pepper's. O Wine Bar de Penny Lane tem a letra da música pintada acima de suas janelas.

O filme promocional para a canção, gravado em 5 de fevereiro, não foi filmado em Penny Lane. Os Beatles estavam relutantes em viajar para Liverpool. Foram filmadas cenas de rua e em torno de Angel Lane em East End de Londres. A seqüência de John andando sozinho foi filmada em King's Road (em Markham Square), em Chelsea. As cenas externas foram filmadas em Knole Park, em Severínia, em 30 de Janeiro de 1967, onde "Strawberry Fields Forever" também foi rodado. Ambos os vídeos - dirigidos pelo sueco Peter Goldmann - foram selecionados pelo MoMA de Nova York como alguns dos vídeos musicais mais influentes do final dos anos 1960. Cenas da verdadeira Penny Lane foram incluídas - como do ônibus verde de Liverpool e uma breve tomada de cima do "abrigo" no meio da rotatória, mas nenhum dos Beatles aparece nessas cenas.

7 comentários:

João Carlos disse...

Não bastasse o texto gostoso de ler, as fotos são sensacionais. À noite vou mostrar ao meu filho.A magia da poesia transforma tudo ! Qualquer coisa.

Anônimo disse...

eu adoro aessa musica e sempre que ouço,esqueço qual é a sua historia por tras dela

henrique disse...

Por onde esses quatro passaram ficou a aura mágica, o que esses quatro cantaram virou cartão postal!

Edu, de vez em quando dá uma dica de livros pra gente...recomendando ou não. Estou de olho em chamado "O tesouro dos Beatles" mas fico na dúvida se vale a pena ou não. Comprei um chamado Beatles X Stones, a grande rivalidade do rock mas não gostei, o texto é altamente parcial pro lado dos Stones mas é bem ilustrado. Sei que o senhor tem o tempo bem resumido para as atividades do Baú mas confio no seu esforço. Vida longa ao Baú!

Edu disse...

É, Henricão! Vc parece meio confuso. Esse “Tesouro dos Beatles” (caríssimo, 150 paus), comprei porque sou doente e não estou mais tomando a medicação! É péssimo e só serve para olhar as figurinhas e curtir os “brindes”. Esse “Beatles X Stones” coloquei uma crítica aqui na época do lançamento. Também é péssimo! Invista seu rico dinheirinho nas obras de verdade que sempre são lançadas e aparecem aqui: Esses dois, “As Cartas de John Lennon” de Hunter Davies, e o “Diário dos Beatles” de Barry Miles são fundamentais e obrigatórios. Procure no mecanismo de busca, OS LIVROS QUE FAZEM A ALEGRIA DO BAÚ. Valeu, abração! João Carlos: a poesia dos Beatles era magia pura! Sinto-me sempre honrado! Anônimo: Deixe de ser burro e assine, senão não sái, porra! O que será preciso???

Valdir Junior disse...

Se já não bastasse o ótimo texto , vem as fotos para ilustrar e sonhar com esse mítico lugar !!
Todos temos uma " Penny Lane " bem no fundo das nossas lembranças !!

henrique disse...

Valeu Sr. Edu! Abração!

Unknown disse...

Musica lindissima, mais uma grande obra desse senhor chamado Paul Macartiney