quarta-feira, 28 de março de 2012

ABBEY ROAD - O CLÁSSICO DOS CLÁSSICOS


Sete anos depois das primeiras gravações nos estúdios Abbey Road, os Beatles voltaram para as que seriam as últimas sessões. Em junho de 1962, eles eram rapazes provincianos de olhos arregalados prontos para deixar sua marca no mercado musical. Em julho de 1969, tinham se tornado homens sofisticados, cansados do mundo, com as vidas dete­rioradas pelas lutas por poder e dinheiro.

As músicas de Abbey Road refletem essas frustrações. São sobre nego­ciações legais, dívidas não pagas, roubos, karma ruim e, de modo geral, sobre carregar o peso do mundo nas costas. Havia até uma canção falsamente alegre sobre um martelo de prata (o "martelo de Maxwell") esperando para bater em você quando as coisas começam a melhorar. Apesar desse humor - ou talvez por causa dele - Abbey Road foi um presente de despedida excepcionalmente criativo. Ele traz duas das melhores canções de George, "Here Comes The Sun" e "Something", uma criação atípica de John, "ComeTogether", e um medley de canções inacabadas habilmente entremeadas por Paul. George Martin lembra que, depois de Let It Be, Paul pediu que ele produzisse um álbum dos Beatles com o tipo de sensação que a banda costumava produzir jun­ta. Martin concordou em ajudar se os Beatles estivessem preparados para oferecer sua cooperação. "Foi assim que fizemos Abbey Road. Não era exatamente como nos velhos tempos porque eles ainda estavam trabalhando nas canções antigas e traziam outras pessoas para traba­lhar como músicos contratados, em vez de trabalharem em equipe." Na Inglaterra, Abbey Road foi lançado em setembro de 1969 e ficou no primeiro lugar por dezoito semanas. Nos EUA, foi lançado em outubro e foi o número 1 por onze semanas.


Abbey Road foi o 12° álbum de estúdio lançado pelos Beatles. O álbum leva o mesmo nome da rua de Londres onde situa-se o estúdio Abbey Road. Foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records. Abbey Road está na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.

Apesar de ter sido o penúltimo álbum lançado pela banda, foi o último a ser gravado. As músicas do último disco lançado pelos Beatles, Let It Be, foram gravadas alguns meses antes das sessões que deram origem a Abbey Road. O álbum é considerado um dos melhores do grupo e parecia que os momentos de turbulências tinham passado e tudo havia voltado ao normal entre eles, mas na verdade o maior problema da banda começou a esquentar: Guerra de poderes. Após a morte de Brian Epstein, Paul McCartney sugeriu que Lee Eastman, advogado de sucesso e pai de Linda Eastman, tomasse conta dos negócios mas os outros Beatles desconfiando e visando uma proteção maior ao legado de todos sugeriram que Allen Klein, (que era promotor dos Stones e já vinha tentando "roubar" os Beatles de Epstein há muito tempo), era a melhor opção pelo seu jeito convicto de "homem das ruas". McCartney não concordou por achar absurdo pagar 15% de todos os lucros para Klein. Após a separação da banda, Eastman foi advogado da carreira solo de Paul e Allen Klein foi a justiça por ter roubado uma média de 5 milhões dos Beatles. O restante dos Beatles mantiveram contrato com Klein até 1977.



George Martin produziu e orquestrou o disco junto com Geoff Emerick como engenheiro de som, Alan Parsons como assistente de som e Tony Banks como operador de fitas. Martin considera Abbey Road o melhor disco que os Beatles fizeram. E não é por menos: ele é o mais bem acabado de todos, um dos mais cuidadosamente produzidos (comparável somente a Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band). Sua estrutura foi bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda só contribuíram para a riqueza da criação final.




Também foi em Abbey Road que George Harrison se firmou como um compositor de primeira linha. Após anos vivendo sob a sombra de John Lennon e McCartney, ele finalmente emplacou dois grandes sucessos com este álbum: "Here Comes the Sun" e "Something". Ambas foram regravadas incessantemente ao longo dos anos, sendo que Something chegou a ser apontada pela revista Time como "a melhor música do disco" e como a segunda música mais interpretada no mundo, atrás somente de "Yesterday", também dos Beatles.
Este disco foi marcado pelo uso de novos recursos tecnológicos que estavam surgindo na época. Um deles foi o sintetizador Moog, que começava a ser utilizado em maior escala dentro do rock. Ele possibilitava que virtualmente qualquer som fosse gerado eletronicamente. O Moog pode ser notado claramente em músicas como "Here Comes the Sun", "Maxwell's Silver Hammer" e "Because". Por seu trabalho em Abbey Road, os engenheiros de som Geoff Emerick e Phillip McDonald ganharam o Grammy.


Após as desastrosas sessões de gravação do álbum então chamado de "Get Back" (mais tarde intitulado "Let It Be" para publicação), Paul McCartney sugeriu ao produtor George Martin que os Beatles se reunissem e fizessem um álbum "como nos velhos tempos… como a gente fazia antes", gravado ao vivo, sem overdubs e, logicamente, livres dos conflitos que começaram com as sessões do Álbum Branco. Martin pensou, levou em consideração o acontecido de ter sido produtor secundário do álbum Get Back e aceitou, mas com a condição que a banda se comportasse "como nos velhos tempos", e ele seria tratado como o "produtor dos velhos tempos" também. Queria o consentimento de Lennon que aceitou numa boa pois eles estavam loucos para compor e gravar. Porém algumas faixas como "Something" e "Golden Slumbers/Carry That Weight/The End" seguiram o estilo do Álbum Branco, de gravar individualmente. Mas o resultado final acabou sendo este grande álbum, considerado por muitos críticos como o melhor da banda, e segundo a revista Rolling Stone o 14° melhor álbum de todos os tempos.

Quando foi gravado na época do vinil, o álbum tinha dois lados bem distintos entre si, a fim de agradar tanto a Paul McCartney como a John Lennon individualmente. O lado A, que ia de "Come Together" a "I Want You", foi feito para agradar a Lennon. È uma coleção de faixas individuais, enquanto que o lado B (para agradar a McCartney) contém uma longa coletânea de curtas composições que seguem sem interrupção. A sequência de juntar músicas inacabadas criadas por McCartney e Lennon em um enorme pout-pourri foi ideia de Paul, constituindo-se numa espécie de ópera dentro do disco. No entanto, diferente de Sgt. Pepper's, considerar Abbey Road um disco conceitual é um engano. "È um bom disco de Rock&roll", disse Harrison.

5 comentários:

Valdir Junior disse...

Obra Prima !!!
Talvez o melhor disco gravado pelos Beatles ( na minha opinião ).É atual até hoje , tem sons ali de guitarra,baixo,violão, bateria e vocais , que surpreendem a cada audição e só confirmam a genialidade e musicalidade desses caras !!!
O disco todo ( musicas , capa, produção ) transcendem qualquer palavra dita sobre ele !!!

Edu disse...

Yeah!

Leonardo Polaro disse...

O canto do cisne beatle é uma obra prima, do primeiro ao último acorde.
Quanto a capa, acredito que é uma das imagens mais marcantes e copiadas do mundo,tendo inclusive transformado uma simples rua londrina em ponto turístico conheçido no mundo todo.
Ainda não fui lá,mas o sonho (pra mim) ainda não acabou...

João Carlos disse...

Guardo com carinho e admiração vários CDs antológicos dos mais diversos artistas. Mas NADA se compara a ABBEY ROAD.

Anônimo disse...

Obra prima total! Foi o primeiro disco completo dos Beatles que ouvi... foi por ele que virei fã! Eu fiquei totalmente impressionada, até aquele momento conhecia Beatles de ouvir falar, e nunca me importei. Depois de conhecer eu até me senti culpada por não ter virado fã antes. 4 gênios... e Abbey Road é a despedida digna de Beatles. Como pode alguém não ser fã?