terça-feira, 8 de dezembro de 2009

8 DE DEZEMBRO - O ÚLTIMO DIA

por SERGIO FARIAS

No dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon acordou às sete horas da manhã, e às oito era transmitida uma recente entrevista que ele dera a rádio inglesa BBC para o programa Radio One. Após um café da manhã no restaurante La Fortuna, John foi ao barbeiro onde cortou seu cabelo ao estilo dos anos 50. De volta ao Dakota, em seu escritório estava a sua espera uma equipe da rádio RKO, para uma entrevista. Após o almoço, chegava ao Dakota a famosa fotógrafa Annie Leibovitz para continuar a sessão de fotos para a revista Rolling Stone. Sempre irreverente John sugeriu e foi atendido, para se deixar fotografar nu junto a Yoko para a capa da revista
.
Após a sessão de fotos, John ligou para sua tia Mimi, onde lhe contou que estaria de volta à Inglaterra em 81. Segundo a tia Mimi, John parecia estar muito feliz.

Por volta das cinco horas da tarde, John saía do Dakota para o estúdio, onde comumente havia fãs na porta. Um deles se aproximou e pediu-lhe para que autografasse uma cópia do disco "Double Fantasy". Um fotógrafo amador registrou a cena. O suposto fã era Mark David Chapman.

No estúdio Hit Factory John e Yoko receberam a informação de David Geffen que "Double Fantasy" com apenas duas semanas de lançamento já recebia um disco de ouro e que o single "(Just Like) Starting Over" estava subindo nas paradas a cada semana e já havia chegado ao sexto lugar. Após comemorarem os sucessos recentes, o casal e o produtor Jack Douglas mixaram uma música de Yoko, ao estilo disco music "Walking On Thin Ice", onde John tocava guitarra e teclados. Já eram mais de dez horas da noite e John se despediu da equipe no estúdio, prometendo voltar na manhã seguinte. Segundo Yoko, eles planejavam jantar no restaurante Stage Deli, mas decidiram ir para casa, pois John queria ver Sean, antes dele dormir.
Por volta das dez e meia da noite, o casal estava de volta ao Dakota e como de costume sua limusine parava em frente à portaria do prédio para deixá-los. John seguiu passos à frente de Yoko em direção ao interior do prédio, quando aquele mesmo rapaz que havia sido fotografado pedindo-lhe um autógrafo, saiu das sombras e falou: "Sr. Lennon."
Antes de se virar para atender ao chamado, John recebeu quatro tiros, dois atingiram suas costas e os outros o ombro. John cambaleou à frente gritando: "Fui baleado!"
Yoko, o porteiro e o ascensorista do Dakota, além de um taxista e seu passageiro por uns segundos ficaram paralisados diante da terrível cena até Yoko, histericamente, pedir por socorro. O porteiro do prédio acionou o alarme e foi até John, que estava ao chão e perdia muito sangue. Um outro empregado do Dakota, ao ouvir os disparos também veio a acudir o casal, e ao se deparar com o assassino lhe perguntou: "Você sabe o que fez?". Friamente, o criminoso falou: "Atirei em John Lennon." A polícia chegou em poucos minutos e a primeira reação foi dar voz de prisão ao porteiro do Dakota. Quando outra testemunha avisou-lhes que o verdadeiro assassino estava logo adiante, na arcada do edifício, com sua arma e o disco de John e Yoko no chão, lendo o livro "O Apanhador no campo de centeio", de JD Salinger. Ao chegar a polícia, Mark Chapman se entregou imediatamente. Outros policiais logo chegaram ao local do crime, e temendo a demora da ambulância, levaram as pressas John no banco de atrás de uma viatura para o St. Luke Roosevelt Hospital. Durante o trajeto, um dos policiais tentando manter John consciente lhe perguntou: "Qual o seu nome?" e John murmurou: "Lennon." O policial prosseguiu:
"Como se sente?" John respondeu: "Sinto dor." Foram suas últimas palavras.
Ao chegar no hospital John foi levado para a emergência, onde sete cirurgiões tentaram reaviva-lo. Yoko chegou em seguida em estado de choque. Em poucos minutos a imprensa já estava abarrotando a entrada do hospital. Mas apesar de todos os esforços John Lennon, que já havia perdido 80 por cento de sangue, às onze e cinco da noite do dia 8 de dezembro de 1980, foi declarado morto.

JOHN LENNON - STARTING OVER


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