sábado, 28 de novembro de 2009

THE KING OF THE BLUES

Caros amigos, nosso amigo Luiz Clementino nos apresenta hoje, a quarta parte do SUPERESPECIAL "BLUES POWER - THE ORIGINAL BLUES SESSIONS". Hoje, com um convidado mais que especial! É isso aí, Clementino!

Com a entrada dos Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial, após o ataque japonês à base americana em Pearl Harbour no Pacífico, houve necessidade de utilização máxima do aparelho eletrônico, e consequentemente aumento maciço da produção, surgindo grande necessidade da mão-de-obra em todo o país. Os negros responderam maciçamente a esse chamado feito pelas indústrias do norte, deixando o sul, predominante agrícola, em direção a Chicago e Detroit através da Route 66.
Devido a isso, a concentração de operários em bares e nas ruas, onde se tocava música negra aumentou significativamente, e em conseqüência muito barulho e algazarra. Assim foi necessária a eletrificação do violão acústico e da harmônica para que todos os presentes ouvissem melhor, dando assim um novo impulso ao blues de pós-guerra, surgindo o RHYTHM and BLUES. Os pesquisadores e biógrafos atribuem como principal responsável e criador do RHYTHM and BLUES o notável bluesman Muddy Waters, de que falaremos em outra “blues sessions”. Essa nova juventude do blues gerou músicos de personalidade e talento, que posteriormente seriam respeitados, admirados e copiados em todo o mundo. Esses artistas formaram a base do gênero musical do rock and roll e posteriormente o rock branco. Hoje comentaremos o trabalho de um deles, o fabuloso BB KING!

Falar ou escrever sobre essa LENDA VIVA, que está na velha estrada dos blues a mais de meio século, é impossível. O que comentarmos não terá a dimensão e grandeza da obra desse homem que alegra a todos com sua arte. Por isso, falaremos de fatos que possam dar uma melhor noção da importância de sua música no contexto mundial. Vamos lá:

O escritor Rui Castro, em um dos seus livros biográficos, afirma com propriedade e razão que quando o maestro Antonio Carlos Jobim abria o piano o mundo melhorava. O mesmo acontece quando BB KING entra em cena com a famosa guitarra Lucille Gibson presa nas costas A platéia entra em êxtase e nós todos ficamos maravilhados quando dedilha a Lucille contorcendo-se e produzindo um som lindo e inigualável, com seu canto declamatório.
Seus biógrafos afirmam que embora BB KING tenha nascido em uma família pobre do Mississipi, pouco sofreu a influência dos bluesmen do delta, teve aprendizado nos corais religiosos dos negros spirituals, que participou desde tenra idade, e também pelos primeiros guitarristas elétricos. Talvez aí tenhamos uma pista da procedência de sua qualidade sonora, doce e aveludada, envolvente e diferenciada dos demais.

Para termos uma noção da importância desse artista no universo dos blues, listo agora músicos de primeira linha que melhoram seus currículos e se achararam privilegiados e satisfeitíssimos em gravar ou participar de seus shows: Van Morrison, Tracy Chapman, Eric Clapton, Mick Hucknall, Bonnie Raitt, D’Angelo, Jools Holland, Dr John, Marty Stuart, Dionne Warwick, Paul Carrack, Rolling Stones, Zucchero, Joe Cocker, Heavy D, David Gilmour , Willie Nelson, U2, Robert Gray, Stevie Wonder, Grover Washingto Jr, Vernoin Reid, John Lee Hooker, Dianne Schuur, Roy Rogers, Gary Moore, Branford Marsalis, The Crusaders, Albert Collins, Leon Russel, Joe Walsh, Bobby Bland, Billy Preston, Buddy Guy, Bruce Willis (o ator), Joe Frazie (o pugilista), Jerry Lee Lewis, Little Richard, Ray Charles e Celso Blues Boy. Vejam, isso foi tirado do meu pequeno acervo, se formos pesquisar a coisa toma proporções estrondosas, pois o cara não sai das paradas de sucesso em todo o mundo.

A elite dos músicos de jazz o tem em alto conceito, sempre é convidado para participação em festivais renomados e importantes do cenário jazzístico.
Outro fato relevante se dá com nossos amigos músicos profissionais de vários gêneros como:
Pablo Fagundes, gaitista com som personalizado e vários CDs gravados, o interpreta sempre.
Alex Queiroz, contrabaixista acústico, da Orquestra Sinfônica de Brasília o adora.
Ruy Godinho, pesquizador da MPB, radialista com excelente e instrutivo programa semanal : RODA DE CHORO, sempre o ouve.
Marcelo do Trompete, pistonista da Orquestra do Corpo de Bombeiros do DF, tem vários discos de BB KING.
Ary Pararaios, musicólogo e pesquisador deve continuar ouvindo-o lá no céu.
Roberto Correa, violeiro de fama internacional o acha interessantíssimo.
O maestro Lincoln Andrade, com programa semanal erudito na TV Câmara,ficou agradecidíssimo ao receber uma seleção de BB KING
Rosa Passos cantora e compositora de reconhecimento internacional, conhecida como a João Gilberto de saias também o adora.

No excelente filme do U2 RATTLE and HUM, antes de interpretar o rock When loves comes town, de autoria do líder da banda Bono, feito em sua homenagem, BB KING afirma categoricamente que é limitado nos acordes e que eles são muitos jovens para terem tanta sensibilidade.

Aqui no Brasil, em um de seus shows, soube que nosso excelente bluesman Celso Blues Boy estava presente e o chamou no palco, tirou a Lucille do ombro e a entregou ao músico brasileiro, que emocionado tocou aos olhos do mestre que o aplaudiu, ambos vibraram e se abraçaram. E resumindo a ópera: me lembro na ocasião, a imprensa divulgou que BB KING gostou do felling do nosso músico e o convidou para fazer carreira no Mississipi, daí não sabemos o que rolou, o fato é que projeto seguinte de Celso Blues Boy, BB KING teve participação, no bem estruturado blues MISSISSIPI
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http://www.mediafire.com/?y2yaemmjtez

Em 2000, BB KING e ERIC CLAPTON gravaram juntos um belo CD, RIDING WITH THE KING, com produção do próprio Clapton. A capa é uma interessante foto produzida com Eric Clapton dando uma de motorista num baita cadilac conversível, tendo como passageiro no banco de trás todo folgadão BB KING. Ah sim, as guitarras Fender e Lucille estão ao lado e eles sorriem. O som desse trabalho é indescritível, somente ouvindo para se constatar e deliciar, os duetos das guitarras são fantásticos. Clapton, no auge de sua técnica e sensibilidade, entra no universo sonoro da Lucille, em uma integração perfeita e maravilhosa, onde não há registro nos” DNAs” de ambos, de ódio ou preconceito, em decorrência dos mal tratos de antigamente, durante a escravidão dos ancestrais, mas apenas admiração e respeito mútuo entre esses dois soberbos artistas que, unidos pela música, fazem um mundo melhor.

Na sua última vinda ao nosso país, era visível o peso da idade, porém o felling, o entusiasmo, a alegria e o alto astral do showman continuam o mesmo, seu último trabalho o CD ONE KIND FAVOR , de 2008, gravado nos moldes dos anos 50, tem sonoridade dos blues puros e autênticos, também é outra preciosidade.

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O atual e belo projeto PLAYING FOR CHANGES já apresentado aqui no Baú do Edu, onde artistas desconhecidos de vários continentes, tocam e cantam a mesma música unindo etnias e raças onde se chega a um objetivo maior, a “união de todos os povos”, é muito louvável, necessário e oportuna, porém BB KING faz esse trabalho a décadas com sua Lucille, pelos 4 cantos do mundo, unindo brancos e negros, amarelos e vermelhos através da magia, de seu som e nos levando a crer, com toda certeza, que a arte pode salvar o mundo.

Dedico esse texto ao DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
Luiz Clementino
E para fechar com chave de ouro, o negão aqui no Brasil com um grande abração para CELSO BLUES BOY. Sou fã incondicional e tenho todos os discos autografados! Valeu, Luiz! Obrigado, galera! Aquele abraço! Edu do Baú




4 comentários:

Edu disse...

Hey, luiz! Sem querer, nossa matéria do "blues" acabou "sufocada" pela do Harrison. Sorry, my friend. Prometo consertar! A coisa era emoção pura na hora!

Unknown disse...

sem problemas!meu velho!
aproveitando a deixa, gostaria de relembrar se possível:

IF A NEED SOMEONE

eu e meus amigos Clenio e Mardonio
vamos adorar
luiz c

Unknown disse...

Muito legal Luiz,
B.B. King deixou sua marca,
e ainda é bem generoso com
a moçada que veio depois dele.
Valeu !
Dora

Unknown disse...

Gostei pra caramba luiz,
B.B. King deixou sua marca
e ainda é um cara muito
generoso com a moçada
que veio depois dele.
Até John Lennon sonhava
em tocar como ele.
Valeu !
Dora